Temos vivido dias em que a ausência da figura dos pais, tem exercido
influência drástica na vida das pessoas. Toda pessoa, desde à sua concepção,
durante seu crescimento e desenvolvimento, sofre influências que vão formando a
sua identidade e o seu caráter. Todavia, com a ausência dos principais
responsáveis por esse desenvolvimento, que são os pais, as pessoas têm crescido
sem modelos e referenciais, impactando principalmente de maneira negativa nas
suas identidades. Visto que, não são os pais quem têm trabalhado com os filhos,
esse papel tem sido exercido por agentes externos.
Neste ponto entram os líderes. Quem são os líderes? Líder é todo aquele
que exerce influência sobre a vida de alguém, podendo mudar o destino e o alvo
de uma pessoa. Para ser um líder, não é necessário que se tenha um cargo
formal, basta que as pessoas levem em consideração o modelo, as sugestões e os
conselhos que alguém lhes oferece.
A mídia pode ser considerada uma líder, assim como as informações que as
pessoas obtêm na internet. A moda e o sistema econômico podem ser líderes.
Professores, amigos, familiares, colegas de trabalho, patrões, pastores,
vizinhos, dentre outros, também podem ser.
A liderança pode ser retratada de diversas maneiras relevantes, todavia,
duas coisas que podem caracterizá-la de maneira que ressalte a consciência e o
seu devido impacto, são “responsabilidade” e “dependência de Deus”. Ser um
líder, seja através de um cargo formal em uma instituição, seja apenas através
da influência informal, é uma grande responsabilidade.
Muitas pessoas, principalmente àquelas que não tiveram os seus pais
presentes, levam muito em consideração aquilo que as pessoas pensam a seu
respeito e aquilo que elas lhes orientam. Contudo, se as pessoas que exercem a
liderança possuem ambições pessoais, desejam a popularidade, buscam aceitação
ou constroem sua liderança em cima de motivações egoístas, os resultados podem
ser drásticos.
Por que os resultados podem ser drásticos? Porque o indivíduo que exerce
liderança com motivações egoístas, possui sua visão voltada para si mesmo e não
para as pessoas; e desta forma, quando ele aconselha alguém, está mais
preocupado com a imagem que a pessoa obterá dele, do que com a vida da pessoa,
que pode estar em jogo. O egoísmo cega o líder e ele não consegue enxergar as
consequências que a pessoa que solicitou sua ajuda poderá sofrer, por causa da
influência que está recebendo. Esse líder poderá procurar ser legal e levar a
pessoa a focar apenas na sua felicidade, tudo isso em detrimento das suas
responsabilidades.
Um local muito comum de se ouvir conselhos desastrosos são salões de
beleza. Se você passa algumas horas em um salão, ouve muitas mulheres
compartilhando suas vidas pessoais no meio alheio, principalmente denegrindo a
imagem dos seus parceiros. Quando alguém compartilha sua vida, acaba dando
liberdade para que as pessoas opinem a respeito. E de maneira geral, o que se
ouve é apenas: - “largue esse canalha, ele não te merece, encontre alguém que
te faça feliz”. E esses conselhos são dados mesmo sem se conhecer ou considerar
os dois lados da história.
Infelizmente muitas mulheres acatam estes conselhos e são elas quem
sofrem as consequências da escolha, ao invés de encararem os problemas e
resolvê-los. Imagine o impacto positivo de um salão de beleza aberto com o
propósito de influenciar as mulheres de acordo com a Palavra de Deus ou com
ideias prudentes e responsáveis.
Todo líder ou influenciador, formal ou informal, que conhece e serve a
Deus, deve ter profunda consciência da sua responsabilidade. Mesmo que a
escolha de ouvir um conselho e aplicá-lo seja tomada pela pessoa que o
solicitou, o conselho poderá ser válido e poderá mudar o destino da vida de uma
pessoa.
Conselhos não devem se tratar apenas de opiniões baseadas na experiência
pessoal, e sim na Palavra de Deus, ou em alguns casos específicos, na direção
do Espírito Santo. Um líder precisa ter consciência da sua dependência de Deus
em tudo aquilo que fala e faz. As pessoas não precisam apenas do líder, mas do
Pai, e os líderes são apenas facilitadores e canais. Quando um líder se coloca
acima de Deus, passa a dar opinões irresponsáveis e que vão contra aquilo que
Deus estabeleceu, tudo isso será requerido dele.
Um exemplo muito comum é de casamentos destruídos. A Palavra de Deus
ensina que casamento é uma aliança e ensina também que para Deus nada é
impossível. No entanto, muitos líderes, quando solicitados para auxiliar na
restauração de um casamento, orientam às pessoas a se separarem e buscarem um
novo parceiro ao invés de alinharem seus relacionamentos à Palavra de Deus.
Muitos casais acatam esses conselhos, ignorando seus papéis em casa, ignorando
os filhos, ignorando a vontade e o propósito de Deus; levando em consideração
apenas as suas necessidades e desejos egoístas, que em geral, chamam de felicidade.
Vale ressaltar que quem vai ter que enfrentar um divórcio, problemas com
o sofrimento dos filhos diante da situação, divisão de bens, conviver com
culpa, frustração, insatisfação e entrar num novo relacionamento com
expectativas fantasiosas, não será o líder, e sim a pessoa.
Se um casal possui problemas ou até enfrentou uma situação de traição em
determinado momento, não é se separando e casando com um novo parceiro que os
problemas desaparecerão. A tendência é que tudo piore, pois ambos irão levar
seus problemas pessoais que já possuíam, somados às experiências de prováveis
decepções do parceiro; podendo viver uma vida tão desgraçada ou simplesmente
insatisfatória quanto antes.
Diante destes fatos, o líder deve se colocar no lugar da pessoa e
aconselhá-la de acordo com a Palavra. Deus quer que seus filhos vivam uma vida
abundante em todos os sentidos, entretanto, precisamos ter consciência de que quando
uma pessoa resolve abandonar a família, o amor de Deus não está apenas a favor
da felicidade dela, Ele se preocupa com toda a família envolvida. Qual a imagem
a respeito de Deus que será gravada na vida dos filhos e futuras gerações que
enfrentarem isso?
Nós não estamos na terra para buscarmos nossa felicidade e satisfação, tampouco
podemos levar às pessoas por este caminho contrário à orientação divina. Viver
a alegria e a satisfação são as consequências de uma vida centrada nos
princípios de Deus e na obediência. São as consequências, e não o nosso alvo.
Quando se tornam o nosso alvo, as consequências são de destruição ao invés de
benção. Nosso alvo é sermos semelhantes a Cristo, e este é o único caminho e
meio de viver que Deus nos deixou como modelo.
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